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Carrinho

Sou lavradora. Criança, jovem e mulher da roça!

Somos assim, plantamos de tudo: tomate abóbora, jiló, repolho e outras folhas. Plantamos o milho para o fubá. O feijão para sua feijoada. Cuidamos do porco e da galinha caipira. Ordenhamos a vaca. Plantamos a mandioca para a farinha. Cuidamos e colhemos todos os frutos que se transformam em fartura alimentar para todos e todas da cidade.

Ah! Sim! Cuidamos ainda do nosso maior patrimônio: nossa comunidade, nossa família nossos filhos e filhas. Sim. Somos nós em tudo e com tudo isso: as crianças, as jovens as mulheres da roça.

Quero como diretor da ASSIN prestar esta homenagem às mulheres da roça e às suas filhas. As nossas vovós, que de forma diária e continua, formam a geração que fica e que se prepara para formar todas as que continuarão moldando esta terra com seu trabalho, seu conhecimento e com a compreensão de que o mundo da roça tem importância social e econômica para as pessoas da cidade.

Esta homenagem se expressa através de um cumprimento suave e firme nas mãos dessas trabalhadoras da roça, calejadas pelo seu dia a dia e também marcadas pela luta diária na conquista de seus direitos de mulher nas comunidades, nos ribeirões, nos boqueirões e nas vilas de todos os lugares do Espírito Santo.

Registro com forte emoção o nosso carinho, respeito e admiração a todas vocês mulheres agricultoras familiares do nosso Estado. Um Estado que ainda é carente na plena valorização da mulher da roça, muitas vezes violentadas pelo machismo e pela covardia de uma sociedade onde ainda prevalece e domina o preconceito e a desvalorização da mulher.

A ASSIN estará sempre de braços dados com todas vocês nesta luta, mostrando a toda sociedade e ao governo do Estado o protagonismo de suas ações e do seu trabalho como construtoras do seu mundo e da sua história que revela a roça como espaço da mulher, do seu trabalho e de sua beleza. Além de sua coragem, de sua determinação e de seu compromisso na construção de um novo dia a dia mais justo e igualitário para todas e todos na roça.

Cravo aqui a gratidão por fazermos parte de sua caminhada. Por compartilhar a ciência da roça expressa pelas raizeiras e pelas benzedeiras. Por partilhar a sua sabedoria na coleta e na guarda das sementes crioulas, que fazem da roça um mundo de cores e sabores que cultivam e fortalecem toda diversidade social e riqueza gerada por sua família.

Por fim muito, muito obrigado por nos acolher e nos proporcionar, diariamente, a possibilidade de termos nossas refeições enriquecidas e fortalecidas pelo seu trabalho familiar.

Deus as abençoe todos os dias.

 

Texto escrito por Adolfo Brás Sunderhus, engenheiro agrônomo, extensionista rural aposentado do INCAPER, operário da terra. Aprendendo com o saber das famílias da roça, suas práticas e experiências. Escrevo o que acredito e o que sinto.

 

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