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Carrinho

Dica Cultural: “Grande Sertão: Veredas”

Por 25 de agosto de 2017Coluna dos Associados

A associada Mércia Regina Pereira de Figueiredo é agente de pesquisa na área de zootecnia e atua no CRDR Cento Norte, em Linhares/ES. Ela indica o romance “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa.

O livro Grande Sertão: Veredas é um romance que encanta pela riqueza de detalhes, regionalismos e neologismos criados pelo autor, numa linguagem ora difícil, ora de fácil compreensão. É uma história envolvente, apesar dos vários pequenos causos que circundam a história principal, que prende o leitor em prol do desfecho emocionante.

56323O livro conta a história de Riobaldo, um fazendeiro já envelhecido que relata a um doutor (não se sabe quem seria este), sua vida como jagunço no sertão, seus medos, anseios, amores, batalhas. A história se passa no sertão dos estados de Minas Gerais, Goiás e Bahia e retrata as aventuras do jagunço Riobaldo e seu amigo Reinaldo, que ele declarava ser “diferente” e que conheceu quando estava na jagunçagem.

Reinaldo também era jagunço e tempos depois revela a Riobaldo seu verdadeiro nome: Diadorim; ali se inicia um sentimento maior do que amizade entre os dois. Além do romance proibido, Riobaldo faz grande reflexão a respeito da existência de Deus e do diabo na obra. Em meio aos conflitos entre bandos de jagunços, Diadorim enfim mata seu grande inimigo jagunço e acaba também por morrer, momento em que Riobaldo descobre que ele na verdade era uma mulher, conforme trecho extraído do livro logo abaixo:

“E disse, Eu conheci! Como em todo o tempo antes eu não contei ao senhor – e mercê peço: – mas, para o senhor divulgar comigo, a par justo o travo de tanto segredo, sabendo somente no átimo em que eu também só soube… Que Diadorim era o corpo de uma mulher; moça perfeita… Estarreci. A dor não pode mais do que a surpresa. A coice d’arma, de coronha…”….E eu não sabia por que nome chamar; eu exclamei me doendo:-“Meu amor!…”

A literatura de Guimarães Rosa entrou em minha vida por eu ser nascida na cidade do escritor, em Cordisburgo/MG. Lá, temos o Museu Casa Guimarães Rosa, onde é possível conhecer um pouco sobre a sua vida e obra. Na minha adolescência, participei de um projeto chamado “Contadores de Estórias Miguilim”, idealizado por uma prima do escritor, a Dra. Calina Guimarães, que residia em Cordisburgo e selecionou crianças e jovens para aprenderem sobre o autor e sua obra. O objetivo era tornar as visitas ao museu mais interessantes, sendo esta uma visita guiada com narração de trechos da obra ao final da visita.

Além disso, segundo a Dra. Calina Guimarães a finalidade maior era oferecer aos adolescentes uma opção de cultura, já que a cidade era pequena e não havia muitos atrativos interessantes para os jovens. A partir desse projeto, começamos a divulgar a obra do escritor na cidade, em cidades vizinhas e fomos sendo convidados para participar de eventos culturais em vários estados do Brasil. O projeto iniciou em 1996 e perdura, com a participação de centenas de jovens.

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